Durante muito tempo, o vinil foi tratado como peça de colecionador. Um objeto nostálgico, quase anacrônico, valorizado por uma minoria apaixonada. Mas essa narrativa mudou, e mudou rápido.
Só em 2023, o vinil movimentou mais de R$ 11 milhões no Brasil, registrando um crescimento de 136% em relação ao ano anterior. Pela primeira vez em décadas, superou CDs e DVDs em receita, provando que não se trata mais de um nicho vintage: o vinil voltou a ser protagonista.
E o mais curioso? Quem lidera essa volta não é quem viveu a era de ouro dos LPs.
São os nativos do streaming, jovens da geração Z e millennials tardios que redescobrem o ritual de ouvir música de outra forma: mais tátil, mais demorada, mais consciente.
Um mercado em alta rotação
O impacto desse ressurgimento vai além da estética ou da nostalgia. Ele é econômico e estrutural.
Gravadoras estão relançando álbuns em edições especiais. Lojas físicas voltaram a ocupar espaço em grandes cidades. Prensas e fábricas de vinil, que quase desapareceram nos anos 2000, hoje operam no limite da capacidade e novas unidades vêm sendo instaladas para dar conta da demanda.
Com isso, o Brasil passou a ocupar o 9º lugar no ranking dos maiores mercados fonográficos do mundo, consolidando um movimento que antes parecia passageiro e que agora aponta para um futuro híbrido: físico e digital, ritualístico e algorítmico, caseiro e coletivo.
Por que, afinal, o vinil voltou?
Porque há algo no som do vinil que o digital ainda não replica. Não é apenas a qualidade sonora analógica, mas todo o contexto da escuta:
– o tempo de colocar um disco para tocar
– o silêncio entre uma faixa e outra
– a arte da capa em tamanho generoso
– a ausência de distrações
– a escuta como atividade principal, não de fundo
Num mundo onde a música se tornou instantânea, abundante e muitas vezes invisível, o vinil devolve peso, presença e pausa à experiência sonora.
A RD e o vinil: som à altura do disco
Na RD, esse movimento não é novidade — é parte da nossa história.
Trabalhamos com equipamentos que respeitam a integridade do som analógico, com toca-discos, amplificadores e caixas acústicas que revelam cada detalhe de uma prensagem bem feita.
Porque, para nós, o retorno do vinil não é modismo: é sinal de maturidade sonora, de um público que não busca apenas ouvir, mas sentir a música com mais densidade.
E enquanto a agulha continuar girando, estaremos aqui — cuidando do som, do ritual, e da beleza de ouvir com atenção.